A violência doméstica no Brasil é outra “pandemia” que assola o país. Mas como consigo ajuda, caso passe por algo assim? Como denunciar se ficar sabendo de algo?
Com o aumento dos casos de agressão e ameaças, durante o isolamento social, algumas iniciativas florescem como esperança para mulheres que se sentem acuadas dentro da própria casa.
Como consigo ajuda?
1 – O passo mais divulgado na web é entrar em contato com o Ligue 180. Discando do seu telefone 180 você consegue acessar uma central de apoio nacional. Essa linha direta também funciona para pessoas que presenciaram violência (testemunhas). Se ouvir barulhos estranhos na vizinhança, ligue e peça orientação sobre como ajudar de forma segura.
A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – Ligue 180 – é um serviço de utilidade pública gratuito e confidencial (preserva o anonimato), oferecido pela Secretaria Nacional de Políticas, desde 2005.
2 – Se for um caso de violência iminente, ou seja, você está correndo risco agora e precisa de ajuda imediata, ligue 190. Esse canal da polícia é o ideal para o socorro imediato.
3 – A marca de beleza Salon Line também disponibilizou um guia de auxílio para mulheres em situação vulnerável durante a quarentena. Ele pode ser acessado na íntegra através deste link.
Entre as iniciativas presentes no guia, a marca cita o movimento As Justiceiras. A iniciativa vem atuando, desde o dia 24 de março, no combate à violência doméstica por meio de um contato de WhatsApp – (11) 99639-1212 – no qual 700 psicólogas e advogadas voluntárias oferecem apoio e auxílio às mulheres.
4 – As denúncias sobre assédio ou violência também podem ser feitas 24 horas por dia no Disque Cidadania e Direitos Humanos pelo número 0800 0234567.
5 – O app de compras Rappi também lançou um botão para ajudar vítimas de violência doméstica no Brasil. Batizado como “SOS Justiceiras”, ele funciona da seguinte forma: a mulher vítima de violência, ao clicar no botão, é direcionada para um formulário simples, onde será feita uma pequena triagem para que os profissionais de apoio conheçam a situação. Em seguida, uma das voluntárias do projeto entra em contato via WhatsApp, iniciando assim toda a conversa.
6 – O Instituto Avon, a Uber e a Wieden+Kennedy também lançaram uma ferramenta para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica.
A partir de agora, mulheres de todo o Brasil que estiverem se sentindo ameaçadas podem buscar ajuda por Whatsapp no número (11) 94494-2415. Ao acionar esse número, a vítima é contatada por uma assistente virtual, simulando uma pessoa em sua rede de contatos, para melhor entender sua situação. A ideia é não despertar atenção do agressor.
Depois de responder algumas perguntas para identificar o grau de risco que ela corre, ela receberá o suporte apropriado. Caso seja necessário buscar um hospital, unidade de saúde, delegacia ou um centro de atendimento que presta serviço e assistência social e psicológica e orientação jurídica às mulheres em situação de violência, a mulher receberá um código promocional para solicitar uma viagem de forma gratuita no aplicativo da Uber e se deslocar com independência.
Situação alarmante:
No mês de março, segundo o projeto Justiceiras, foram decretadas 2.500 medidas protetivas em caráter de urgência, enquanto, no mês anterior, em fevereiro, foram 1.934. Houve também o aumento no número de prisões em flagrante devido a casos de violência doméstica.
Em fevereiro, foram registradas 177; em março, subiram para 268. Ainda de acordo com o projeto, inúmeras são as causas que geram as agressões no ambiente doméstico. O próprio momento já induz à ansiedade, tensão, nervosismo e apreensão. Além da preocupação em não poder sair de suas casas, alguns estão perdendo seus empregos, outros reestruturando suas rotinas e muitos reorganizando sua estrutura econômica. Motivos que podem levar ao descontrole emocional, refletindo em atos violentos a quem está ao seu redor. Mas, sempre lembrando que a vítima nunca é a culpada! Nunca!
Levantamento realizado pela SEMrush, líder global em marketing digital, mapeou os Estados brasileiros entre Janeiro e Março para entender quais tiveram maior volume por pesquisas relacionadas à violência contra mulheres.
No Rio de Janeiro, o aumento de casos foi de 50% em relação ao mesmo período do ano passado (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos); já em São Paulo, houve um aumento de 30% em relação ao mês anterior (Núcleo de Gênero e do Centro de Apoio Operacional Criminal – MPSP).