sexta-feira, novembro 22, 2024

46% das mulheres negras não acham sua cor de maquiagem

Uma pesquisa inédita desenvolvida pela Avon, em parceria com a consultoria Grimpa, revela que 70% das mulheres negras estão insatisfeitas com as opções de maquiagem disponíveis no mercado de beleza atual. O levantamento. 46% delas não encontram sua cor de maquiagem.

46% das mulheres negras não acham sua cor de maquiagem
46% das mulheres negras não acham sua cor de maquiagem

O mais intrigante é que o Brasil é o país que tem mais pessoas negras fora da África no mundo. 56% da população nacional é composta por indivíduos que se identificam como pardas e pretas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Beleza cercada

O levantamento realizado entre setembro e outubro de 2020, entrevistou 1.000 mulheres pardas e pretas, entre 18 e 60 anos, de todas as classes sociais, e em todo o Brasil, para entender como é a relação delas com a maquiagem, especificamente base, pó e corretivo.

Das entrevistadas, 61% dizem estar em busca de acabamento e fórmulas multifuncionais quando pesquisam uma base.

Essa falta de opção dentro do tom faz com que 56% delas procurem opções importadas ocasionalmente ou sempre. Basta lembrar o frenesi que foi a chegada da Fenty, marca de beleza diversa, com assinatura da cantora Rihanna, aqui no Brasil, em 2020. 

Ainda entre números impressionantes, 57% dizem que compram ou já tiveram que comprar mais de um tom de base para misturá-la a outras porque simplesmente não encontram um produto adequado à sua cor – tendo assim que gastar mais, personalizando a maquiagem.

Segundo o Think Etnus, é estimado que, até 2023, 70% dos brasileiros se autodeclarem negros, como resultado de uma onda social de autoafirmação e empoderamento.

Quando foi analisada as diferenças em relação a idade, vemos que para 53% das mulheres mais maduras, entre 50 e 60 anos, apenas algumas marcas de maquiagem as valorizam, já entre as mais jovens, de 18 a 29 anos, essa é a percepção de 47% das entrevistadas.

Apesar do cenário geral adverso da indústria de beleza, as mulheres negras consideram que a representatividade vem melhorando. 80% das entrevistadas disseram reconhecer ações que olham para suas necessidades e que as faça sentir valorizadas.

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Julianna Gerais: sororidade e racismo.

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