Aqui no JornaldamodA falamos bastante sobre métodos alternativos para testar a eficácia e segurança de insumos na indústria da beleza, mas comentamos até o momento menos do que gostaríamos sobre o impacto de produtos específicos, como é o caso do protetor solar e seu choque ao entrar em contato com a rica vida marinha.
Recentemente, navegando pela internet como de costume, me deparei com uma notícia triste em relação aos oceanos e a decadência/morte da Grande Barreira de Corais da Austrália, local onde vivi um dos momentos mais gostosos nessa sede por viagem que tenho.
O passeio por lá estava incrível e a ansiedade para ficar cara a cara com uma paleta gigante de tons de azul só aumentava.
Encarar de frente a riqueza natural dessa que é a maior estrutura viva na Terra, tanto pelo ar, quanto mergulhando, me deixou de queixo caído. Mas também despertou um incomodo com os caminhos que seguimos interferindo no meio ambiente.
Entre suas estruturas coloridas, peixes cheios de brilho e conchas imensas, eu me vi entre corais totalmente brancos, sem vida, e que pareciam mais um campo cheio de ossos do que aquele quadro com muita textura que pintei na minha mente antes de ajeitar a máscara de mergulho sobre os olhos.
Cientistas apontam para nossa culpa direta nisso, principalmente através da poluição que despejamos na Terra diariamente e que aumenta, entre tantas outras coisas, a temperatura da água e modifica seu pH.
Filtro solar?
Um dos itens que acaba afetando a vida marinha, e que muita gente nem desconfia, é o aparentemente inocente protetor solar que usamos para evitar problemas como exposição aos raios UVA e B.
Mas quais fatores temos que avaliar em relação ao filtro?
Para um filtro solar ser amigo dos mares ele precisa, segundo o projeto “Skin Protect Ocean Respect”, da Avène:
– Não usar silicone, que é uma substância não-biodegradável
– Não conter filtros hidrossolúveis, que são miscíveis em água e que podem ter um impacto na biodiversidade do meio marinho
– Ter o mínimo de filtros em sua fórmula, em quantidade e concentração
Além disso, é importante verificar se os esfoliantes e pastas de dente que você usa diariamente contém partículas abrasivas plásticas, que é outro veneno para nossas águas. Parece uma estrutura tão pequena, mas imagina toda essa quantidade de lixo jogado no mar?
Salvar a natureza faz parte de um exercício diário e que, muitas vezes, não é fácil.
Precisamos pesquisar periodicamente como impactamos de forma negativa no nosso planeta que precisa de intenso cuidado e tentar se adequar, inclusive, em relação aos produtos de beleza e higiene pessoal.
Foto: Paula Roschel