domingo, novembro 24, 2024

Ano Novo Feminista

O que significa feminismo?

Eleita a palavra do ano (2017) pelo dicionário americano Merriam-Webster, o feminismo experimenta uma nova fase com sua propagação através de redes sociais e maior conscientização feminina em grupos de discussão na escola ou trabalho.

#METOO

2017 também foi o ano da campanha global #MeToo explodir. Essa iniciativa contra o assédio ganhou corpo em outubro, após as acusações de violência sexual atribuídas ao produtor cinematográfico Harvey Weinstein estourarem na mídia, muitas delas envolvendo grandes nomes de Hollywood, como Gwyneth Paltrow e Angelina Jolie. Mas o movimento existe desde 1997 como conceito, criado pela ativista Tarana Burke, desde 2007 como iniciativa e em 2018 vai virar documentário.

Posso ser otimista, mas vejo as mulheres começando a se encarar mais como parceiras: agora é a hora de começar a trocar experiências, encarar medos e, principalmente, formar um círculo de proteção e apoio!

Sem contar nos casos de grande repercussão dentro dessa temática aqui no Brasil, como denúncia de assédio da figurinista Su Tonani envolvendo o ator José Mayer, o que levou também a uma mobilização batizada de “Mexeu com uma, mexeu com todas”.

Nessa vertente, mais mulheres começam a falar abertamente sobre as violências sofridas pelo simples fato de serem mulheres, o que despertou no coletivo uma sensação de força através da troca de experiências e um diálogo mais aberto em busca de mudança, já que não pode ser considerado normal andar na rua, frequentar o ambiente de trabalho ou social com a impressão que a qualquer momento você pode ser alvo de alguém que comete violência ou a justifica com frases como “Ela pediu”, “Achei que ela queria” ou “Isso é mimimi”.

“Não é não”: assédio não é elogio!

E mulheres que estão cada vez mais se identificando como parceiras acham numa palavra até difícil de pronunciar um caminho: a SORORIDADE.

Esse termo que ainda não está presente em dicionários da língua portuguesa se difere de IRMANDADE ou FRATERNIDADE por carregar em sua base a urgência da luta contra o machismo, algo tão mortal em todo o mundo:

Por exemplo, no Brasil a taxa de feminicídio é de 4,8 para 100 mil mulheres, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a quinta maior no mundo.

Além disso, o Mapa da Violência sobre homicídios entre o público feminino mostra que em dez anos (2003-2013) o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%.

feminismo google pesquisa
Imagem: Divulgação.

Quer uma prova que as mulheres estão mais interessadas em sororidade e feminismo e, de quebra, mexendo com a sociedade?

O Dossiê BrandLab, do Google, divulgou no dia 23 de outubro uma pesquisa que aponta que o termo “feminismo” cresceu 200% nos últimos dois anos. Além disso, em buscas iniciadas com “o que é” no Google, “sororidade” aparece em quinto lugar como termo mais pesquisado.

E é nesse clima de amizade positiva entre as garotas que já preparamos um início de 2018 cheio de filmes bons pra se inspirar.

Malala:
Começando pelos lançamentos na Netflix, já no dia primeiro de janeiro você encontra na plataforma o documentário sobre a jovem ativista paquistanesa Malala, baleada por defender o direito das mulheres ao estudo. Inspirador!

Sufragistas:
No dia 15 de janeiro também estreia na Netflix o filme “Sufragistas”, que conta a história de uma jovem dentro do movimento britânico pelo voto feminino. É uma visão interessante para um fato real.

Todas As Meninas Reunidas, Vamos Lá:
Agora falando de cinema, com distribuição nacional pela Paris Filmes, estreou em dezembro de 2017 o documentário  “Todas as Meninas Reunidas, Vamos lá”. A produção exala música e atitude através do dia a dia do Girls Rock Camp Brasil, um acampamento de férias de meninas entre 7 e 17 anos em busca de conhecimentos, punk rock e empoderamento feminino. Esse evento acontece desde 2013 em Sorocaba.

Documentário Feminismo - Empoderamento através da música

Sinopse – Todas  as Meninas Reunidas, Vamos Lá
Há cinco anos o Girls Rock Camp Brasil vem empoderando meninas e mulheres através da música em um acampamento de férias de uma semana. Mais de 80 voluntárias se unem uma vez por ano para receber 90 meninas de 7 a 17 anos e ajudá-las a aprender um instrumento, compor uma música e tocar em um show aberto a comunidade no fim da atividade. O filme acompanha essa jornada e conta como tudo começou acompanhando algumas das fundadoras do projeto no Brasil e o seu envolvimento com a música e o feminismo.

Ficha Técnica
Direção, produção executiva e roteiro: Carol Fernandes
Argumento: Patricia Saltara.
Montagem: Marianne Crestani e Michelle Brito.
Edição e Mixagem de som: Helena Duarte
Arte e Motion: Priscilla Pizzato.
Gênero: Documentário
Duração: 80 min
Produção: Amora Filmes / Paris Entretenimento
Distribuição: Paris Filmes e Amora Filmes

Bom 2018 <3

Fotos: Divulgação.

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