Se existe uma pauta atual e bastante explorada por brasileiros nas redes sociais, sites e outros veículos essa é a crise política e financeira que chegou e assusta pelo aumento do desemprego, inflação flutuante e lojas fechando as portas.
Se a moda brasileira já estava meio ofegante antes disso, como ficará agora?
E as vendas online?
Pensando um pouco sobre isso que conversamos com Thalita Milan, do Stylight, e-commerce que opera por aqui, mas com sede na Alemanha.
Uma coisa é certa: não vamos sair por aí sem roupa, mas talvez a forma de consumo mude.
JornaldamodA – Como começou a operação do Stylight aqui no Brasil?
A STYLIGHT é uma plataforma de moda com sede em Munique, na Alemanha. A empresa está presente em 13 países além do Brasil. O site brasileiro começou em Fevereiro de 2014 e foi o primeiro país da América Latina que a STYLIGHT resolveu investir. Primeiro eles fizeram um estudo de mercado e viram que o país tinha muito potencial, daí resolveram apostar. É claro que a empresa não poderia investir no mercado sem falar a língua local, então no momento há brasileiros nativos trabalhando na sede da empresa, na Alemanha. Nós não temos escritórios físicos no Brasil, mas todo o nosso site é feito para o público brasileiro e também conta com produtos de lojas nacionais.
Jdm – Como funciona a curadoria de moda?
A Curadoria de moda e conteúdo é feita por um time de editores daqui da Alemanha. Uma jornalista que faz parte do time é a Kerstin Weng, ex-editora da Cosmopolitan alemã. Ela e sua equipe criam artigos, vídeos e outros conteúdos e nós fazemos a adaptação desse material para outros países conforme a necessidade.
Jdm – Como está o retorno no Brasil?
Infelizmente não podemos falar de números específicos sobre o Brasil, porque a url brasileira é super nova. Mas a plataforma de forma geral está crescendo muito. O número de acessos da STYLIGHT (como um todo, ou seja, contando as URL´s de todos os países) já ultrapassou 6 milhões de visitas únicas por mês. Nós geramos US$ 360 milhões para os parceiros em 2014 e estamos no momento com 350 lojas e 5000 marcas ao redor do mundo.
Jdm – Quais os principais desafios?
Os desafios são muitos. Para mim, por exemplo, é um grande desafio fazer a parte de comunicação da STYLIGHT Brasil, mas estando fora do Brasil. É difícil de uma forma geral se mostrar presente no país quando a gente está na sede da empresa, que fica do outro lado do oceano. Nós resolvemos essa questão fazendo viagens constantes ao país. De forma geral, um grande desafio é fazer com que o consumidor se interesse por moda dentro de um contexto. Daí entra até essa questão da crise que você citou. Hoje em dia é perigoso cair nessa onda do “fast-fashion” e não ver a moda como uma expressão de comportamento, por exemplo. Por isso que a nossa ideia é sempre criar um conteúdo 100% excelente, seja por meio de artigos, vídeos ou outros materiais que façam com que o internauta veja a moda com outros olhos. Quanto aos nossos produtos e parcerias, ainda não podemos ver uma manifestação grande dessa crise. Mas vemos essa questão com um desafio mesmo, um “call to action”, digamos assim.
Jdm – Como funciona essa parte de entrega aqui no Brasil? Já que têm peças de fora e sabemos que nosso sistema de entrega é bem complicado.
A STYLIGHT funciona assim: nós trabalhamos com um comissionamento em cima dos cliques e vendas dos produtos, por isso não temos os produtos das lojas AQUI na sede. O consumidor sempre finaliza o pedido do site da loja, que é nossa parceira. Nós não literalmente vendemos os produtos. Costumo dizer que a STYLIGHT é uma grande vitrine online de roupas, sapatos e acessórios de marcas internacionais e nacionais.
Jdm – O que vocês esperam para daqui pra frente?
A gente espera expandir a empresa para novos países e espera também abrir nossos horizontes. Temos várias mudanças bacanas planejadas para o site e por enquanto podemos abrir que a gente está indo para a direção do lifestyle. Nossa ideia é trazer mais produtos que a internauta busca e colocar isso no site de maneira contextualizada e interessante.
Foto: Divulgação.