sexta-feira, março 29, 2024

Vamos falar com as meninas

O documentário sobre a ativista Malala sempre mexe comigo! Outro dia tive boas horas para refletir mais uma vez sobre essa história, pois não lembro se na Cathay Pacific ou Delta o filme está disponível e nada melhor que boas horas de voo para deixar também a cabeça voar.

As minhas considerações dessa vez rodearam a seguinte questão: Será que o feminismo virando “moda” ou popular é um problema?

Podemos ver que muitas marcas com grande público feminino estão mudando seu discurso, pois as consumidoras exigem isso: O Boticário, Marisa, Avon, Natura, Always, Dove – todos agora falam da beleza “real”, dos cachos, das imperfeições, da igualdade de direitos, do empoderamento…

Sei que muitas amigas militantes torcem o nariz para isso, pois acham que grandes indústrias pegam uma ótima causa e a transformam em forma de lucrar ainda mais.

Sim, isso é incomodo! Mas agora me diz uma coisa: por um lado também não é bom uma marca que fala com tanta mulher, feminista ou – pasmem – machista, possa passar ideais de igualdade de gênero, mesmo que isso seja apenas marketing para melhorar a imagem da marca e vendas?

A ideia não está sendo propagada? Será que alguma mulher não vai ouvir isso, através da marca, e começará a mudar de postura?

Eu sei que sou um pouco hipster e por isso gosto de coisas que ainda não foram descobertas, mas amo ver que o feminismo está cada dia mais em foco, pois é exatamente isso que precisa acontecer! Não podemos querer a luta pela igualdade restrita para apenas um grupo de pessoas que sabem a fundo a história dessa luta, pois o objetivo é colocar em prática a maior segurança e respeito pelas mulheres, coisa que atualmente ainda é bem deficiente.

malala-grafite

Malala, por exemplo, recebeu críticas porque virou “famosa”. Ela também foi alvo de questionamentos por mudar de seu país (pois vive em Londres) e assim supostamente não estaria “lutando de verdade pela própria causa”. Bom, a menina foi baleada na cabela por um grupo extremista, então é meio óbvio que para ela se manter viva é necessário cuidado (ficar longe do foco dos caras, mudar pra Londres e continuar disseminando seus projetos).

Enfim, escrevi esse texto para tentar refletir um pouco em como uma boa causa pode também tirar vantagem de empresas que investem nela por amor ou marketing. As vezes temos que nos adaptar numa causa para seguir lutando, sabe?

Observação: decidi também escrever esse post hoje após assistir ao novo doc. da campanha Like A Girl, da Always. Gente, é publicidade, mas é tão bom!

Dessa vez eles questionaram os emojis, figurinhas que mandamos por mensagem, e a falta de imagens femininas em profissões e esportes. Temos muito emoji sobre cortar cabelo, pintar unha e ser noiva, mas não dá pra ficar só nisso, né? Cadê a emoji menina surfista? A emoji médica?

Foto: Flickr.

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