quinta-feira, março 28, 2024

Como agir: violência contra a mulher

Precisamos falar sobre algo muito sério: a violência contra a mulher.

É só ligar a televisão, abrir o jornal e acessar sites ou redes sociais para entender que a violência relacionada ao gênero segue firme e forte no Brasil. Antes de achar que o que venho tratar aqui é o chamado #mimimi, lembre-se que você participa ativamente dessa sociedade que ainda mata, ameaça, agride e causa problemas psicológicos sérios em pessoas que são exatamente iguais a você! Sim, exatamente iguais e com os mesmos direitos.

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E hoje, dia 27 de setembro de 2016, a ONG Artemis, que luta pela promoção da autonomia feminina e prevenção/erradicação de todas as formas de violência contra as mulheres, lança uma campanha com a hashtag #tambéméviolência para propor a reflexão e também o desabafo.

Muitas meninas acham que ser vítima de violência é tomar tapa na cara ou ser ameaçada com arma branca ou de fogo, mas a realidade mostra formas de violência muito mais subjetivas, e, mesmo assim, monstruosamente impactantes no bem-estar da vítima.

Violência contra a mulher pode ser psicológica, como insultos constantes, humilhação, chantagem, negligência, ameaça, privação da liberdade, exploração. Também pode ser patrimonial, quando o agressor retém, subtrai ou destrói bens pessoais da vítima. Ela é moral, com atitudes que configurem calúnia, difamação ou injúria e pode ser sexual, obrigando a mulher com força física, coerção ou intimidação psicológica a ter ou presenciar relações sexuais contra a sua vontade. E, por último, ela também pode ser física, com o uso de força não acidental para lesionar a vítima!

O Brasil está em quinto lugar no ranking de feminicídio, isso dentro de uma lista de 84 países. Sim, estamos numa posição péssima e letal! E se não mudarmos a forma de pensar e agir, ou não pressionarmos as autoridades para cumprirem a lei, seguiremos nesse mar de lama.

Se você sofre algum tipo de violência, saiba que a justiça pode te dar medida protetiva. E para isso é necessário fazer o pedido na Delegacia de Polícia, Ministério Público, Defensoria Pública e/ou através de um advogado. Não é necessário a realização de Boletim de Ocorrência por parte da vítima. Ela pode ser de urgência e englobando seus filhos.

Para obter mais informações e ajudas, existem também centros especializados nesse tipo de caso, como os CRAS (Centros de Referência de Assistência Social), CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), CRAMs (Centros de Referência de Atendimento à Mulher) e Casas Abrigo, que oferecem asilo e atendimento integral a mulheres em situação de violência doméstica.

Veja quais caminhos seguir se você foi vítima ou presenciou um caso de violência nesse link

Também existe o canal telefônico 180, com orientação sobre direitos e serviços públicos para mulheres em todo o país. A ligação é gratuita.

Além de todos esses caminhos, saiba que a ajuda também pode estar próxima, num parente, na conversa com uma amiga, pois não é fácil sair de um relacionamento abusivo, mas é possível.

Para as mulheres que não passaram por violência, mas conhecem alguém que está nessa situação: ajude! E sua ajuda pode ser conversando, aconselhando, mostrando informações pertinentes para sair desse drama .Não julgue ou culpe a vítima. Sim, é necessário ter sororidade nessa hora, aliás, em todos os momentos.

Foto: Divulgação.

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