quinta-feira, março 28, 2024

Além do projeto verão: Barbara Abramo

A época que antecede festas de final de ano, como Natal e Ano Novo, pode ser marcada por picos de emoções e energias que vão da euforia ao vazio. E é nessa mesma fase que no Hemisfério Sul a pressão sobre corpos esculpidos aumenta, deixando muita gente desconfortável.

Pensando nisso, o JornaldamodA resolveu focar num projeto verão que vai além da estética, confortando também a mente. E damos início ao projeto com a astróloga Barbara Abramo num papo sobre astrologia:

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JornaldamodA – Final de ano é normal se sentir ou muito eufórico ou melancólico. O que você percebe dessas variações extremas?
Barbara Abramo – As pessoas em geral ficam na expectativa de que um novo começo – o ano novo que se aproxima – traga boas vivências e respostas para seus questionamentos. Deve ser um fenômeno universal e humano – a esperança é a ultima que morre.
E este ano de 2016, em particular, foi repleto de acontecimentos pesados, tristes, isso faz refletir sobre o sentido da nossa vida.

JornaldamodA – Você aconselha algum ritual, mentalização ou atividade para aqueles que querem afastar a melancolia das festas de final de ano?
R – Os rituais são ótimos para nos conectarmos com o ritmo da natureza e da vida, especialmente pra quem mora nas grandes cidades e fica longe desse ciclo natural.
Encarar nascimento, crescimento, morte, transformação e renascimento na natureza e vivenciar isso nos momentos de passagem nos torna mais próximos de nossa própria natureza. Em antropologia chamamos isso de rituais de passagem, e eles realmente têm um significado incrível para as coletividades.
Neste final de ano, em especial, teremos uma Lua em Aquário, e a conjunção entre Marte e Netuno em Peixes. A Lua em Aquário indica o emocional coletivo, a maneira de nos conectarmos com a nossa sensibilidade. Rituais que incluam a respiração e o alongamento físico serão ótimos. Marte e Netuno indicam o poder da água e da música nesse processo de finalização e preparo para um novo ano. Sem mencionar que teremos a Lua Nova em Capricórnio em 29/12, inspirando realmente para um novo começo de ciclo!

JornaldamodA – Existe popularmente o projeto verão, que é quando pessoas se preparam pra ficar mais enxutas (corpo) para  praia, mas acredito que a gente precise ir além do estético. O que você aconselha?
Barbara Abramo – Durante a maior parte do ano vivemos a difícil quadratura entre Saturno e Netuno, prevalecendo a realidade do astro dos anéis sobre ilusões, quimeras e enganos. Entramos em 2016 cheios de esperanças, sim, mas de ilusões totalmente fora da realidade.
Saímos de 2016 com outro pique: conectados – talvez por obrigação e imposição da realidade – com o que nos é essencial. Seremos mais desapegados do supérfluo, do passageiro, do que não nos enriquece nem espiritual ou emocionalmente. Neste clima, é mais fácil perceber que a forma tem importância (nos sentirmos bem arrumados, bonitos) mas o conteúdo é ainda mais impactante: sermos mais focados e responsáveis por nossos atos.
O Brasil é um país privilegiado em termos de natureza e recursos, mas estamos vivendo um momento difícil para o povo, e que vai durar até 2019. Se não formos solidários, gentis e respeitosos será o caos. Este é o conselho: desenvolvermos o senso de solidariedade, de gentileza e respeito mútuo.

JornaldamodA – E esse boom de posts de signos – o batom para cada signo, por exemplo. Qual sua percepção sobre isso? Ajuda ou atrapalha?
Barbara Abramo – Isso me preocupa num certo sentido; porque se é verdade que existem pedras, cores e formas que se combinam com determinadas conjugações astrológicas, também é verdade que isso pode descambar para uma caricaturização nefasta do que vem a ser o universo simbólico da astrologia. Se for feita por um técnico capacitado, um prático da astrologia, dá pra extrair sentidos confiáveis. Mas no geral, são péssimos exageros malfeitos. Esquarteja-se a arte, para produzir posts que são seguidos por milhares de pessoas e que apenas estigmatizam signos ou características de signos.
Signos são modelos ideais que precisam ser analisados dentro do contexto. Tenho uma conta no Instagram que é seguida por poucas pessoas. Ali, tenho muito cuidado nas postagens, que visam orientar e esclarecer, mas as contas de Instagram que têm centenas de milhares de seguidores são dessas caricaturizações empobrecedoras, desserviço a antiga arte da astrologia.

JornaldamodA – Se li meu signo sobre aquele período e não gostei ou não concordei, dá para entender que aquilo é um conselho e não uma certeza fechada? Como isso funciona?
Barbara Abramo – Como o astrólogo é um intérprete, tudo é questão de encarar como uma orientação, um conselho e uma dica.O caminho é a pessoa que escolhe. A gente só conta se e quando há consertos na estrada, ou é preciso pegar um atalho para chegar onde você quer.
Astrologia pode ser vista como um Waze da vida, um GPS pra nossas escolhas mais importantes. MAS escolha implica em ter maturidade e conhecimento – não dá pra tomar direção se você não tem o quadro completo das consequências. Justamente isso acho que é um grande dom da astrologia: antever resultados.

JornaldamodA- E a pergunta que sempre fazem – como o horóscopo pode servir para todas as pessoas nascidas num determinado dia? E como pessoas do mesmo signo realmente possuem algumas características similares? Além disso, como planetas, satélites naturais e estrelas interferem na nossa vida aqui?
Barbara Abramo – O horóscopo nasceu como alternativa para quem não tinha o privilégio de saber não somente o horário, mas o dia correto em que nasceu. Isso de mapa astral era coisa de nobres e poderosos.
Aí só com Napoleão Bonaparte – que tinha um ótimo assessor astrólogo por um tempo de sua carreira militar – é que se começa a anotar nas certidões de nascimento o dia e o horário de nascimento. Pois bem, com base no signo solar (que é quando você fala que “é de Peixes” para quem te pergunta o signo), os primeiros almanaques orientavam sobre o trânsito dos astros no céu, em relação ao signo naquele mês.
O horóscopo de almanaque, de mídia, nasceu disso. Observa-se o trânsito dos astros, do Sol e da Lua, sobre ou em relação ao mínimo divisor comum que reúne todos os indivíduos de uma mesma população (nativos do signo tal).

O que pode confundir é que temos mais de um signo dominante! Podemos ter o Ascendente num determinado signo e a Lua em outro. Daí, a forma de agir – emoção – pode ser diferente para cada pessoa. Mas o signo solar é a maneira de entender o mundo, e é onde brilhamos. É o mais importante, se você for analisar apenas um dado, olhar o Sol, ou seja, o signo em que nasceu, porque é através dele que você vai enxergar a vida e vai incorporar ou não suas belezas e desafios.

Barbara Abramo astróloga paulistana
Instagram: dicas diárias de astrologia: @barbara.abramo
Semanário astral: https://barbarabramo.wordpress.com/
Perfil no Facebook: Barbara Abramo Astrologia

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